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Elementarismo

Doutrina plástica expressada pelo holandês Theo van Doesburg (1883-1931) em 1925/6 como correção ao neoplasticismo de Mondrian, qualificado por aquele de excessivamente dogmático. Mondrian, recordemos, havia tomado como princípio exclusivo de sua pintura o ângulo reto, as três cores básicas - vermelho, azul e amarelo - e as não cores: branco e preto, eliminando inclusive o cinza que utilizou de fundo a princípio. Estes e só estes compunham a sua linguagem pictórica a partir de 1917, numa tentativa de conseguir uma objetividade absoluta, livre de toda contaminação emocional por parte do artista e das aparências mutáveis dos objetos. A proposta de van Doesburg consistia em enriquecer essa linguagem pictórica com a introdução da linha diagonal para definir planos inclinados, com o objetivo de exprimir no quadro o instável. Realmente, e assim o entendeu Mondrian, era abrir uma porta à incorporação de novos elementos carentes do rigor e universalidade exigidos pelo neoplasticismo.
A abstração geométrica não demorou em adotá-los: ângulos de qualquer abertura, curvas, etc. Hoje pode surpreender-nos a acritude da polêmica entre Mondrian e van Doesburg, que levou a uma ruptura mútua, mas à vista dos fatos a intuição de Mondrian - com sua força e suas limitações - à qual seguiu fiel até a sua morte, tem uma coerência da qual careceram os esforços de seus contraditores.

Espacialismo

Movimento pictórico encabeçado pelo italiano Lucio Fontana (1899-1968), que entre 1946 e 1953 perfilou seus propósitos a partir de uma série de manifestos. O ponto de partida fundamental pode sintetizar-se nestas duas afirmações, expostas em seu Manifesto branco (1946): "A existência, a natureza e a matéria constituem uma unidade perfeita que espalha no tempo e no espaço. A mudança é a condição essencial da vida". A necessidade de superar os rígidos limites do quadro leva Fontana a transformar a galeria de arte em que expõe suas obras num espaço experimental, onde suspende formas abstratas iluminando-as com feixes de luz negra. Mais tarde, na Trienal de Milão (1951), serve-se de tubos de néon para criar um "ambiente espacial", onde concorrem todos os elementos que o espacialismo pede para a arte: cor, o elemento do espaço, som, o elemento do tempo, o movimento que se desenvolve no tempo e no espaço.

Esteticismo

Termo aplicado comumente àquelas doutrinas e atitudes vitais que exageram a auto-suficiência, autonomia e auto-finalidade da arte, isolando-a do contexto humano em que se produz. Sua expressão mais concisa está na conhecida frase "a arte pela arte", colocada em circulação em 1808 pelo filósofo Victor Cousin, atribuindo-lhe, porém, uma extremosidade que seu criador não lhe deu.
Na história das idéias estéticas cabe discernir desde as origens entre correntes que tratam de subordinar o belo e o bom, o útil e o agradável, e aquelas outras que o afirmam como categoria diferente e independente. Isto também se pode aplicar à obra de arte assim como tal e, conseqüentemente, ao exercício da atividade artística e à contemplação dos objetos belos. É evidente que a estética não poderia existir como ciência sem uma definição de seu objeto próprio - e neste sentido cabe reclamar para ele auto-suficiência, autonomia e auto-finalidade, porém a existência de tal objeto próprio não implica que este esgote a realidade do ser. Assim, por exemplo, cabe perfeitamente admitir que a beleza de um objeto é por inteiro independente de sua bondade, sua utilidade e do prazer que pode ou não causar.

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